quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Ó o auê da vogal



Falei ontem aqui sobre as vogais e tentei mostrar que elas não se limitam a AEIOU. Mais: também falei que há outras representações para sons vocálicos, tais como Y e W. Pode ser uma atividade, no mínimo, curiosa, observar a função das vogais tanto na pronúncia, quanto formação das palavras e na classificação delas.

Se, por um lado, como representação de fonemas, as vogais tônicas têm uma pronúncia quase sempre garantida, por outro, as vogais átonas são normalmente pouco destacadas. Em muitos casos, aliás, são quase completamente ignoradas. Compare-se, por exemplo, a pronúncia de /o/ na palavra "pouco". Enquanto o primeiro é firme e forte, o segundo quase inexiste, como se parássemos a pronúncia no /c/.

Também é interessante perceber o quanto as vogais são importantes na formação de palavras. Elas podem atuar como como vogais de ligação entre duas palavras compostas, como "gás" e "metro", na formação de "gasômetro" (nome de uma importante rua em SP). Elas podem ser vogais temáticas de substantivos, como o /o/ de "carro" ou o último /e/ de parede. E podem ser vogais temáticas de verbos para lhes determinar a conjugação, como em "cantAr", "vendEr", "sorrIr", "compOr".

Mais curioso ainda é que as vogais podem ter uma função poucas vezes destacada na flexão de número e de gênero. Por exemplo, para se formar o feminino da palavra "avô", não é preciso trocar o /o/ pelo /a/. Antes, basta pronunciar o /o/ diferentemente: em vez de fechado, aberto: /ó/ - avô = avó. Fenômeno parecido acontece na formação dos plurais: pense no plural da expressão "porto torto".

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