domingo, 5 de janeiro de 2014

Disciplina é liberdade



É bastante comum que as pessoas prefiram a falta de disciplina ao conhecimento de regras e, sobretudo, a obediência a elas. Claro que poder fazer qualquer coisa a qualquer hora é uma maravilha. É gostoso. É tudo de bom. Coisa de quem está em férias totais. Mas é bom até a página 2. É bom até quando se considera que o que se pretende fazer a qualquer hora, lugar e modo, choca-se contra o que outro quer.

É assim no reino da convivência social. É assim no reino das interações linguísticas. Sim: falar e escrever são comportamentos sociais como quaisquer outros. Cada situação em que nos encontramos requer de nós o conhecimento e a obediência a uma ou outra forma de falar/escrever. Dominar diversas formas é ser linguisticamente competente. É algo que vai nos dar condições de estar em qualquer situação: da mais formal à menos, da sublime à grotesca, da técnica à familiar...

Por essa razão, conhecer as normas gramaticais propicia a possibilidade enfrentar as situações menos comuns no nosso dia a dia - as situações formais em que somos avaliados inclusive linguisticamente. Usar o registro de linguagem errado pode ser fatal. Um palavrão durante um jogo de futebol é uma coisa; o mesmo palavrão na missa de domingo é outra. Ter liberdade de variar a linguagem conforme o contexto em que nos encontramos é um grande ganho. Ser disciplinado para reconhecer e obedecer às exigências do contexto é uma porta para liberdade.

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