Não, não. Não me conformo em ouvir adultos me dizerem que não sabem Português. Que Português é língua difícil. Que a gramática tem muitas regras. Que tem mais regras que exceções e bla bla bla. Já ouvi até de aluno meu (pasme-se: aluno de pós-graduação, quase um especialista em Língua Portuguesa). Há quem confunda a língua com sua gramática, e a gramática com seu ensino.
Não dá. Aqui me parece um erro tão comum quanto o de se confundir o personagem com o ator. Nesse caso as pessoas transferem para o profissional o sentimento (bom ou ruim) que tiveram na sua relação com o personagem no filme ou na novela. Tão comum quanto confundir o autor e o eu-lírico, e daí achar que o que está escrito, por exemplo, na poesia diz respeito mesmo ao autor (à pessoa que escreveu), e não ao eu-lírico (aquela voz que fala na poesia). Pois é. Tem gente que confunde o ensino de gramática com a gramática.
Por essa razão, é natural que muitas pessoas não gostem do modo como a gramática é ensinada, firmada prioritariamente (se não exclusivamente) na memorização de nomes que quase nunca serão utilizados na vida prática. Não. O ensino da gramática não é a gramática. Ela é mais que isso. É uma das possibilidades de sistematização da língua e está a serviço do falante/escritor para promover uma compreensão específica do uso formal e uma compreensão aberta de outros tantos usos possíveis da língua, que muda tanto quanto as situações da vida. Conhecê-la está relacionado à melhoria da qualidade de vida.
Professor, como ensinar gramática de uma maneira mais eficiente, mais atraente?
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